domingo, 9 de setembro de 2012

Do modelo de jogo

Goste-se ou não, concorde-se ou não, Jesus tem um modelo de jogo pelo qual triunfará ou falhará no Benfica. A época passada foi a altura em que mais nuances foram introduzidas no modelo de jogo em função da entrada de Witsel e do aproveitamento de Aimar que fez uma época de muito bom nível.
Este ano, com a perda de Javi e Witsel, espero a confirmação de Matic na posição 6 e veremos quem assumirá a posição de Witsel. Na esmagadora maioria de jogos internos, as opções Aimar, Carlos Martins (não sei se Jesus vê Bruno César nessa posição, no tendo sido testado na pré-época) e Gaitan (eventualmente em trocas de posição com um dos alas, funcionando mais como interior) são suficientes. O problema será em jogos contra o Porto, Sporting, Braga e na Champions. 
Enzo Perez poderá desempenhar um papel fundamental de equilíbrio neste Benfica 2012-13. Já no jogo com o Nacional, em particular na 2.ª parte, Enzo assumiu mais a construção e o apoio no meio-campo, deixando o ataque para Melgarejo no flanco esquerdo. Numa equipa com uma enorme tracção à frente, é fundamental ter alguém no meio-campo que consiga perceber a necessidade de manter alguma tracção atrás. Algo que Carlos Martins não conseguiu fazer no jogo com o Nacional. E que Enzo introduziu na 2.ª parte. Outra diferença fundamental no jogo com o Nacional da 1.ª para a 2.ª parte foi o facto de Witsel nunca ter funcionado como o 3.º homem da linha de defesa no inicio do nosso processo de construção de jogo (algo que Matic depois fez) o que levou ao 2-2-6 na construção e aos lançamentos longos (falhados) de Luisão como única forma de construção.
Além de uma desmesurada vertigem pela velocidade e pelo risco de ataque que nos leva a não conseguir uma posse de bola prolongada e consequente; a dificuldade em alternar fases e controlar ritmos de jogo; a construção inicial de jogo a 3, sem apoio do meio-campo, parece-me das principais lacunas do Benfica. É crucial que o 8, alternando com os alas (ou os laterais), possam vir apoiar o processo de construção, garantindo linhas de passe em progressão e mesmo chamando elementos da outra equipa para a frente, libertando espaço para os 2 avançados e os restantes jogadores que entretanto assumam posição ofensiva. Este processo no tem sido conseguido. Constantemente contra equipas mais fortes e que pressionam alto, encontramos dificuldades de construção.

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