domingo, 9 de setembro de 2012

Do modelo de jogo

Goste-se ou não, concorde-se ou não, Jesus tem um modelo de jogo pelo qual triunfará ou falhará no Benfica. A época passada foi a altura em que mais nuances foram introduzidas no modelo de jogo em função da entrada de Witsel e do aproveitamento de Aimar que fez uma época de muito bom nível.
Este ano, com a perda de Javi e Witsel, espero a confirmação de Matic na posição 6 e veremos quem assumirá a posição de Witsel. Na esmagadora maioria de jogos internos, as opções Aimar, Carlos Martins (não sei se Jesus vê Bruno César nessa posição, no tendo sido testado na pré-época) e Gaitan (eventualmente em trocas de posição com um dos alas, funcionando mais como interior) são suficientes. O problema será em jogos contra o Porto, Sporting, Braga e na Champions. 
Enzo Perez poderá desempenhar um papel fundamental de equilíbrio neste Benfica 2012-13. Já no jogo com o Nacional, em particular na 2.ª parte, Enzo assumiu mais a construção e o apoio no meio-campo, deixando o ataque para Melgarejo no flanco esquerdo. Numa equipa com uma enorme tracção à frente, é fundamental ter alguém no meio-campo que consiga perceber a necessidade de manter alguma tracção atrás. Algo que Carlos Martins não conseguiu fazer no jogo com o Nacional. E que Enzo introduziu na 2.ª parte. Outra diferença fundamental no jogo com o Nacional da 1.ª para a 2.ª parte foi o facto de Witsel nunca ter funcionado como o 3.º homem da linha de defesa no inicio do nosso processo de construção de jogo (algo que Matic depois fez) o que levou ao 2-2-6 na construção e aos lançamentos longos (falhados) de Luisão como única forma de construção.
Além de uma desmesurada vertigem pela velocidade e pelo risco de ataque que nos leva a não conseguir uma posse de bola prolongada e consequente; a dificuldade em alternar fases e controlar ritmos de jogo; a construção inicial de jogo a 3, sem apoio do meio-campo, parece-me das principais lacunas do Benfica. É crucial que o 8, alternando com os alas (ou os laterais), possam vir apoiar o processo de construção, garantindo linhas de passe em progressão e mesmo chamando elementos da outra equipa para a frente, libertando espaço para os 2 avançados e os restantes jogadores que entretanto assumam posição ofensiva. Este processo no tem sido conseguido. Constantemente contra equipas mais fortes e que pressionam alto, encontramos dificuldades de construção.

sábado, 8 de setembro de 2012

Mercado

A saída de Javi e Witsel, no último dia do "nosso" mercado (Javi) e  já apos o fecho do mesmo (Witsel) são um golpe duro na estrutura da equipa. Olho para o nosso calendário e vejo Alvalade em Dezembro e recepção ao Porto em  meados (13) de Janeiro. Ficamos mais fracos a nível de plantel mas, vendo as declarações quer de Javi quer de Witsel após a concretização das transacções, estou convencido que os jogadores queriam ir para os novos clubes e que esse é sem duvida um factor muito relevante ao pesar as varias variáveis nestes negócios. É o mercado. E o Benfica está sujeito a estas circunstâncias devido a i) uma menor capacidade de pagar salários (em comparação com outros campeonatos); ii) a  menor valorização competitiva da Liga Portuguesa face a outras Ligas mais fortes. Estas são as regras do jogo. Saber se tudo foi feito para salvaguardar a competitividade do plantel face a potenciais negócios deste tipo que se vieram a concretizar, é outro tema.

sábado, 18 de agosto de 2012

Luisão

"É evidente que todos nós – Luisão incluído – gostaríamos que aquele episódio não tivesse acontecido, mas pôr em causa a boa-fé, o carácter e a palavra do nosso capitão é algo mesquinho e totalmente inaceitável."
"O Conselho de Disciplina da Federação tomou hoje uma decisão. Não a vou comentar e respeito-a."
"Saberemos respeitar as decisões, mas também saberemos defender os nossos. Que ninguém tenha dúvidas!"

Boa réplica relativamente ao "caso" Luisão. Tarde. No âmbito de uma inauguração de casa do Benfica - o caso mereceria um momento específico para tratar do mesmo, parece-me. Mas não deixa de ser boa a mensagem: lamentar o incidente, esperar as decisões que decorrerão e defender os nossos. Sem desculpabilizar. Sem "deixar cair" ninguém.

Opções do plantel

Em teoria temos várias opções, para diferentes tipos de jogo, do meio-campo para a frente. Não na defesa.
No lado esquerdo da defesa, Melgarejo traz algo que não tivemos em grande parte da época com Emerson: mais qualidade na posse de bola; uma asa esquerda com 2 jogadores, em complemento da asa direita a 2 que já tinhamos; mais um jogador na defesa com velocidade o que poderá permitir que a defesa suba um pouco mais no terreno para pressionar alto. Tudo igual no meio. Vejo espaço para 2 laterais ou 1 lateral que possa jogar à esquerda e à direita.
Na posição 6, Javi e Matic. Javi é aquilo e é bom. Matic é bom mas é um 6 diferente. Chega mais à frente que Javi e com isso ajuda a equipa a pressionar alto. Por esse motivo também o veria como 8. Muita curiosidade em ver como Matic evolui esta época.
Daqui para a frente, muitas opções. E a curiosidade em ver em que posições alguns jogadores vão evoluir nesta época.
Bruno César: a 10 ou a 8, sabendo que pode ser um extremo competente?
Enzo Pérez: a extremo ou a 8?
Parece-me que Enzo e/ou Bruno César nas alas podem ser importantes em termos de consistência do meio-campo em jogos contra equipas mais fortes. Ou jogando com 2 pontas e apenas um médio no centro, de apoio a Javi, sendo que Enzo e/ou Bruno César nas alas poderiam apoiar no meio.
Gaitán parece-me ser, dos nossos extremos, um dos mais competentes em termos de ocupação de espaço a defender - o problema é que é facilmente apanhado fora de posição em perdas de bola no ataque pois tenta muito frequentemente o mais difícil e arriscado. Quando sai bem é óptimo; quando sai mal é um perigo para nós - tem que haver alguém a proteger uma eventual perda de Gaitán e cortar o contra-ataque. Além disso, com John e Sálvio, são (potencialmente) fortíssimos nas situações de ataque.
Curioso para ver um meio-campo com Aimar e Carlos Martins ou Bruno César no meio.
No ataque, Cardozo. Indiscutivelmente. Perder Cardozo agora seria um grande contratempo. Se me falassem em, em Julho, vender Cardozo e comprar De Jong, veria como uma boa opção, mesmo que implicasse algum tempo de adaptação do novo jogador, altura em que Rodrigo teria que assumir e comprovar as indicações da época passada. Agora, seria simplesmente uma má opção. Rodrigo como opção a 9 ou em apoio. Espero uma grande época e a confirmação de Rodrigo. As restantes opções são um pouco uma incógnita. Saviola consegue retomar a forma de 2009/10? O que podemos esperar de Michel? E de Hugo Vieira? E Kardec - gosto de Kardec, no entanto acho que tem uma relação "azarada" com o golo. Já perdi a conta à quantidade de bolas de golo que, com ele, não entram - bolas no poste/barra ou defesas complicadas dos guarda-redes...
E depois, curiosidade para ver como Jorge Jesus gere estas várias opções. Há muitas opções de qualidade e que possibilitam várias combinações e soluções. Um mesmo 11 permite, sem alterações, diferentes soluções. A ver o que Jorge Jesus faz com estas opções e quantos jogadores serão utilizados mais frequentemente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Prioridade número 1...

O campeonato nacional, parafraseando Alex Ferguson. Espero que isto esteja bem claro na mente de toda a estrutura e plantel do Benfica. Não tenho dúvida que estará na mente dos adeptos. A começar já amanhã na Luz.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Benfica continua mal preparado...

Para lidar com arbitragens e contrariedades em campo. Vamos ter um campeonato (mais um) muito duro neste aspecto e, a julgar pela forma como alguns jogadores continuam a protestar e reagir em campo face a decisões da arbitragem (justas ou não), continuamos mal preparados neste aspecto. É impressionante como jogadores e restante estrutura, sabendo de antemão que é mais fácil em determinados momentos prejudicar o Benfica, continuam a expor-se tanto a este tipo de situações. Assim fica mais difícil para nós e fácil para outros.
Dito isto, e não gostando do gesto e atitude de Luisão (e de Maxi, e de Carlos Martins, e de Javi) no jogo, não estou disposto a "sacrificá-lo" em praça pública. Estes assuntos tratam-se internamente. Para fora, o Benfica deve lamentar a situação mas tem que defender o jogador.

Equipa principal, equipa B e a noção de plantel

27(A)+3(seniores de 1º ano)+28(B)
Eis uma noção de plantel. Que relação entre a equipa principal e a equipa B? 

Dois modelos: 
i) A equipa B como backup da equipa A, havendo trocas frequentes entre a A e a B (os menos utilizados da A jogam na B e os mais utilizados da B podem ser opção frequente para a A). Neste modelo podemos ter 2 um plantel da A mais curto, mas a B nunca constrói verdadeiramente uma noção de "equipa" verdadeiramente.
ii) Dois planteis completos de opções (A e B), duas verdadeiras equipas. Os menos utilizados da A não descem para jogar na B. Apenas desempenhos excepcionais na B levam a subida para integrar o plantel A no mesmo ano. 

O segundo modelo parece-me mais adequado para formar jogadores jovens. Para um projecto de equipa B que tenha vocação de transição efectiva entre os juniores e o futebol profissional na 2.ª Liga. É também o modelo mais coerente com a estratégia de mercado que o Benfica tem seguido nos últimos 3-4 anos.

Pode ser um modelo criticável. Mas parece-me uma opção coerente. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Site SLB

Para quando uma actualização do plantel 2012-13 (ainda que sujeito a alterações) e uma secção para a equipa B no site do Benfica? Mesmo a actualização das equipas da formação seria bem-vinda...

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Salvio e Witsel

A acontecer, seria bem retornado. Apesar do aparente excesso de extremos - Gaitan, Bruno César, Nolito, Enzo, John, Yannick, Melgarejo, Hugo Vieira - se tivermos em conta que: Gaitan poderá sair; Bruno César deverá ser opção principalmente para o meio; John precisará de mais tempo; Melgarejo é opção para lateral; Yannick... é opção?; Hugo Vieira precisará de mais tempo para mostrar se é ou não opção; Enzo é ainda uma incógnita apesar de parecer apostado em mostrar serviço.
As opções (de qualidade indiscutível) ficam curtas... Além disso, é uma aposta sem risco.
A possível saída de Witsel, a concretizar-se, deixa-me verdadeiramente preocupado. Não temos alternativa de qualidade para o lugar que é fundamental para equilibrar uma equipa que tem tendência para o desequilíbrio ofensivo. Mas a sair, que seja para o Real Madrid e por 40 milhões ou perto disso. E espero que tenhamos já identificado o seu substituto ideal e que uma eventual substituição seja feita de forma rápida, sem negociações demoradas - o primeiro jogo oficial está perto.

sábado, 28 de julho de 2012

Notas da pré-época

- Boa pré-época até ao momento do Benfica. Principalmente jogos com equipas de capacidade média/alta que nos têm colocado dificuldades que são necessárias nesta fase da época para a equipa crescer.
- Nota-se claramente a vantagem de ter uma equipa base que já vem da época passada. Se virmos bem, na época passada, no 11 base, tinhamos cerca de 5-6 novos jogadores, mesmo considerando que Artur, Garay e Witsel pegaram de estaca é ainda assim muita gente.
- As nuances no meio-campo prosseguem (e.g. alternar Carlos Martins e Gaitan a 10 no jogo com o Real; Nolito a vir mais vezes da esquerda para o interior, abrindo caminho para Melgarejo e contribuindo para reforçar o centro do terreno; o adiantamento de Witsel para formar um triangulo com vértice em Javi no meio-campo transformando-nos em algo perto de um 4-3-3 durante o jogo e a vantagem de isto ser possível com os mesmos elementos que compõem o 4-1-3-2/4-2-3-1 base).
- Melgarejo vai dar jogador. A ala ou a extremo, é sem dúvida um jogador com grande potencial. E vontade de jogar. Vai ser uma mais-valia nesta época.
- Carlos Martins. Bem regressado. Fez falta e voltou em grande. Fazia falta aquele estilo "louco no campo. Grande pormenor ontem após o primeiro golo de Enzo a correr para ele e a chamar toda a equipa. Espírito de equipa.
- Enzo Perez. A rever. Bons pormenores ontem, além dos golos. Se tiver cabeça pode ser importante.
- Extremos. Temos muitos e, se contarmos com Gaitán, estamos servidos. Se Gaitán sair, e contando que Bruno César será mais vezes opção para o meio, começamos a ter problemas (apenas Nolito, John - que ainda precisa de tempo -, Enzo Perez - incógnita -, Yannick - não convence -, Hugo Vieira - incógnita) e a possibilidade de utilziar Melgarejo nessa posição.
- Saviola. Bem utilizado e com alguma regularidade - não será titular na maior parte dos jogos, mas pode ser muito importante na Taça da Liga e Taça de Portugal e em alguns jogos onde seja necessária experiência e abrir defesas muito fechadas.
- Uma primeira nota negativa na nossa forma de jogar: poucos passes dos médios a solicitar a entrada na frente de quem vem de trás. Incompreensível numa equipa com jogadores rápidos que aparecem de trás como Melgarejo e Maxi e como Gaitán também pode fazer. Witsel em particular pode melhorar este aspecto de jogo - ainda muita tendência para colocar sempre a bola no pé dos colegas. Com esta capacidade já no ADN: Nolito, Carlos Martins e Gaitán (um pouco Bruno César também). Algo a melhorar. De positivo, a nossa circulação de bola parece mais consistente que na época passada.
- Outra nota negativa na nossa forma de jogar: a saída desde a defesa quando somos pressionados. Contra equipas mais fortes isto coloca-nos sempre problemas. É sempre assim contra o Porto. Aconteceu ontem contra o Real. Na actual variante em que há mais gente disponível para aparecer na zona central do meio-campo (4 jogadores: os extremos, Witsel e o jogador de posição "10") não há desculpa para permanecer o tradicional "buraco" que se verifica com a descida de Javi para fazer 3 atrás com a subida dos laterais.
- Hoje temos novamente jogo (2.º ciclo de 2 jogos em 24h da pré-época). Espero do jogo de hoje uma verdadeira rotação da equipa e ver o plantel do Benfica a assumir o jogo e a mostrar que tem qualidade. Espero ver uma mistura de jogadores que farão parte muitas vezes do 11 titular e que ontem tiveram poucos minutos com outros que ainda não jogaram muito. Espero ver a equipa para a Taça da Liga por exemplo. Espero ver sinais de que a equipa técnica percebeu, ao fim de 3 anos, que não pode depender apenas de 14-16 jogadores numa época com cerca de 50-60 jogos e 4 competições intensas, em particular no período de Março-Maio. Espero por isso ver a jogar Paulo Lopes e Mika (B), Jardel, Miguel Vítor, Roderick (B), João Cancelo (B), Luisinho, Carole (B), Luís Martins (B), Ola John, André Almeida (B), André Gomes (B), Bruno César, Hugo Vieira, Saviola, Nélson Oliveira, Michel, Kardec, Enzo Perez, Mora. Não quero ver jogar hoje Artur, Luisão, Garay, Maxi, Melgarejo e Javi que ontem jogaram 90 minutos ou quase (Melgarejo).
- Continuo a achar que nos falta um médio centro que possa substituir Witsel em alguns jogos. Não sei quais os planos da equipa técnica para Matic - se apenas substituto directo de Javi ou se em alguns jogos poderemos jogar com Javi e Matic e sem Witsel. É possível também que alguém para essa posição possa aparecer da equipa B (André Gomes, Cafú, Leandro Pimenta são alguns dos nomes possíveis). Acima de tudo, importa saber quando prescindir de Witsel para não o "queimar" para a fase decisiva da época (Março-Maio).

domingo, 24 de junho de 2012

Lições para a época 2012-13

Da experiência de três épocas com Jorge Jesus, ficam algumas notas de aspectos a melhorar para a próxima época:

-A abordagem de pré-época com um número alargado de jogadores (numa primeira fase) parece ser para continuar e na verdade produziu alguns resultados positivos na época passada. A interiorização deste conceito e a perspectiva de uma primeira fase de pré-época para avaliação e selecção bem realizada, e uma segunda fase de trabalho com o plantel escolhido parece-me algo positivo e a trabalhar.
-A construção do plantel A deverá visar uma temporada longa, com mais de 50 jogos e 4 competições para disputar (Liga, Champions, Taça de Portugal, Taça da Liga). Nesta perspectiva terá que entrar um equilíbrio entre jogadores feitos e ir preparando jogadores para assumirem a equipa principal com maior regularidade. Um plantel com 25-27 jogadores (o máximo permitido) parece-me ser o objectivo uma vez mais. A equipa B deverá ser vista como um patamar autónomo de evolução de jogadores sob contrato. Vejo grande necessidade de articulação entre as equipas técnicas da equipa principal e B, que deverá ser promovida e assegurada pela estrutura profissional do futebol. Não vejo tanto como um espaço para colocar alguns jogadores que poderão entrar (na mesma época) regularmente na equipa principal. Poderá acontecer que algum elemento da B se destaque e possa ser mais aproveitado pela equipa principal. Mas à partida tenderia a ver as duas equipas relativamente autónomas.
-Na construção do plantel, evitar descurar as opções para a defesa e meio campo defensivo/de equilíbrio. É importante ter alternativas para as laterais. Assegurar um substituto para Maxi e um titular para a esquerda devem ser prioridades de reforço do plantel. Não sei se teremos nos jogadores sob contrato estes elementos. O centro do meio campo será outra posição a ver com atenção. Principalmente se Witsel acabar por sair. Aqui, na posição 8, temos já alguns nomes sob contrato que poderão assumir essa posição. Matic, Miguel Rosa, Bruno César serão os mais imediatos. Ficando Witsel, poderá ser suficiente. Saindo Witsel, será necessário contratar alguém que possa assegurar a posição. No ataque, não saindo nenhum dos 3 principais (Cardozo, Rodrigo, Nélson), parece-me que teremos nomes para assegurar mais 1/2 lugares no plantel: Saviola, Mora, Kardec, Michel, Jara. Saindo Cardozo, precisaremos de alguém que faça a diferença em termos de golos. De Jong parece uma boa aposta. Nos extremos, saindo Gaitán ficam Nolito, John, Yannick, Melgarejo, Bruno César, Urreta, Hugo Vieira. Muitas opções mas demasiadas incertezas. Sálvio seria uma certeza de qualidade. Parece-me que precisamos de outra opção para o corredor direito.
-Objectivos claramente definidos pela estrutura do futebol desde o início e interiorizados por todos. Custa-me a crer que o cenário descrito por Jorge Jesus na entrevista ao Record, descrevendo o que aconteceu esta época, seja verdadeiro numa estrutura profissional. A ser assim, tem que ser alterado, com urgência.
-A segunda metade da época é sempre muito carregada de jogos. Porque temos uma pausa demasiado longa no Natal sem jogos; porque por via do condicionamento de jogos entre grandes nas primeiras jornadas tipicamente estes (decisivos) acontecem quando o calendário europeu também é mais carregado (para quem chega a 1/8 de final ou mais além); porque também nessa altura aperta o calendário da Taça da Liga concentrando jogos entre Janeiro e Março, com a final em Abril. É por isso importante preparar este calendário apertado com antecedência, não apenas através da construção do plantel em Julho e eventuais acertos em Janeiro, mas também através de rotação de jogadores, em particular jogadores fundamentais na manobra da equipa. Na época 2011-12 rodámos os extremos mas não rodámos o centro do meio-campo e as laterais.
-Precisamos entrar muito fortes na Liga e evitar quaisquer "descuidos" que possam comprometer desde o início a posição no campeonato. Sabemos que em todos os jogos temos que jogar sempre a 100% para minimizar o risco de nos empurrarem para baixo. A qualidade do plantel e a mentalização da equipa tem que ser no sentido de evitar a exposição a erros alheios que nos custem pontos. Vamos estar sobre grande pressão no início do campeonato e até às eleições em Outubro. Este é outro elemento em que já estamos a falhar pois é um elemento de exposição ao risco e desestabilização interna desnecessário, que pode comprometer toda a época - as eleições deviam ser na pausa das épocas.

domingo, 17 de junho de 2012

A entrevista de Jorge Jesus de hoje (1.ª parte)

De destacar alguns aspectos negativos da entrevista:
-A confirmação, através do treinador, de jogadores ainda não oficializados pela SAD. É, uma vez mais, inverter os papeis e as funções.
-A confirmação de que a definição de objectivos não está devidamente hierarquizada. Não deve ser papel do treinador decidir, em qualquer momento, qual o principal objectivo a atingir. Numa estrutura em que os papeis e funções estão claros e definidos tal não ocorreria. É algo a corrigir de uma vez por todas. Não pode ser dada (de forma explícita ou tácita) ao treinador responsabilidades que não deve assumir.
-O objectivo principal do Benfica em cada época deve ser sempre o campeonato. Não pode ser de outra forma.
-A defesa da equipa no que diz respeito a arbitragens não deve estar a cargo do treinador. Deverá ser alguém da estrutura. Um verdadeiro Director para o futebol - que parece não existir no Benfica.
-O papel do Rui Costa parece ser de gestão do scouting e contratações. Se for isso, nada contra, mas convinha clarificar. Até porque neste ponto parece-me que temos feito de facto um trabalho positivo - e cada vez melhor - nas últimas épocas.
-As considerações sobre a dificuldade em encontrar um defesa esquerdo. Será tão mais difícil encontrar um lateral que outros jogadores?
-Anúncios sobre jogadores para a equipa B. Mais uma vez preferia que cada um assumisse o seu papel e função.

E alguns aspectos positivos:
-O destaque para o papel de Witsel na estrutura da equipa e, espera-se, o reconhecimento da necessidade de um jogador semelhante no plantel - ou idealmente 2.
-Destaque para o papel que Bruno César pode ter na equipa. Como 10 e alternativa a Aimar. Parece-me que poderia ser também uma boa alternativa para 8/10, mais recuado no meio campo, fazendo dupla com Javi.
-Boas notícias para a equipa B e articulação com a equipa principal.
-Boa a descrição do papel que vê para Ola John e Hugo Vieira. Concordando-se ou não, é também positivo ver uma avaliação frontal de jogadores que fazem parte do plantel (Nolito, Artur, Aimar, Saviola...). Acredito que JJ não seja nos jornais diferente daquilo que é normalmente face as jogadores, pelo que não vejo problema neste tipo de abordagem.

A finalizar esta primeira parte, gostaria de ter visto uma avaliação mais alongada de outros jogadores dos nossos quadros (e.g. Melgarejo, Urreta, Carole, Mora, Miguel Rosa, etc) e possibilidade de integrarem o plantel principal ou a pré-época.

Ficam claras algumas das deficiências da nossa estrutura profissional, mas também algumas das qualidades e estratégia de acção, em particular no que diz respeito a prospecção e colocação de jogadores.

domingo, 20 de maio de 2012

Final da Champions

Ganha o Chelsea, depois de passar os "B"s - Benfica-Barcelona-Bayern. A vitória do catenaccio uma vez mais. E mais uma final a penalties.
Bela arbitragem de Pedro Proença. Controlou o jogo sem ser protagonista. Muito poucos cartões (5 no total; Bayern 1; Chelsea 4). Poucas faltas (40 no total; Bayern 14; Chelsea 26). Boas decisões nos casos mais difíceis (penalty e fora de jogo a anular golo ao Bayern). Fica demonstrado que não é por falta de capacidade... Talvez um dia (os nossos bons (tecnicamente) árbitros consigam fazer arbitragens deste nível em jogos importantes, em Portugal.

sábado, 12 de maio de 2012

A época 2012-13

Para a próxima época temos desde logo que resolver a questão do segundo guarda-redes. Manter Eduardo poderá não ser viável, abrindo-se espaço apra um 2.º guarda-redes que assegure a participação na Taça da Liga (e na Taça de Portugal, a manter-se a lógica das últimas épocas). O recurso a um dos guarda-redes jovens que temos a rodar - em particular Oblak - poderá ser uma solução. É no entanto algo arriscado se for considerado que ainda não está em condições de assumir esta posição (principalmente no caso de alguma lesão de Artur). Um aspecto a merecer análise.

Na defesa, as laterais terão que ser reforçadas - parece inconcebível que se passe mais uma época sem uma alternativa a Maxi. Wass poderá ser uma opção. Adquirir alguém para o lugar também. Na lateral esquerda deverão ocorrer mais mudanças. Não veria como má opção manter Capdevila (experiência e jogador de plantel) para 2.ª opção do lugar mas precisariamos adquirir um titular. Além disso, gostaria de ver Carole como opção, na equipa B ou na A. Luís Martins é outro nome para opção equipa B e A. No centro da defesa, não vejo como prioritário o reforço, a manterem-se os 4 da época 2011-12. Temos sempre Sidnei que poderia ser uma óptima opção, mas não parece apostado em tornar-se um jogador de futebol a sério. Roderick (para a equipa B e A) poderá ser uma boa opção para 5.º central. Dedé é sempre um nome falado. Provavelmente vai dar continuação de novela na pré-época.

No meio campo, mais até que nas laterais (porque para estas teremos opções dentre o lote de jogadores com contrato), seria onde concentraria a prioridade para a próxima época. Javi, Matic, Witsel são óptimas opções, mas são curtas para uma época inteira e quatro competições. Se os três se mantiverem (e espero que seja possível manter Witsel por mais uma época), precisamos pelo menos de uma opção séria a Witsel. Não vislumbro um nome à altura para entrar de imediato, dentre os jogadores que temos sob contrato. Carlos Martins não é propriamente um "8". David Simão não terá preenchido os requisitos de JJ (e provavelmente também não será um bom "8"). Miguel Rosa poderá ser uma opção. Mesmo não jogando muito (evolução a ver), poderá ser um bom jogador para ter no plantel e dar opções, em particular em jogos da Taça da Liga e eliminatórias iniciais da Taça de Portugal. Mas uma aposta num "8" que pudesse entrar e dar qualidade à equipa seria importante. Opções que gostaria de ver: Tiago ou Manuel Fernandes. Seedorf, de saída do Milan (e a caminho do Brasil) seria uma óptima contratação (se conseguissemos negociar uma redução de ordenado para os nossos níveis) desportiva, de balneário (um campeão, que ganhou tudo) e para apoio dos jogadores jovens. Anderson que foi falado no âmbito de um eventual negócio com o ManUtd envolvendo Gaitán seria também uma óptima opção. Este é um dos aspectos que será fundamental para a próxima época e onde temos descurado - de forma incompreensível - nas últimas épocas. Assegurar que temos um meio-campo sólido e com opções em quantidade e qualidade suficientes para as quatro provas em que estaremos presentes. E em particular para assegurar que chegamos à fase da época em que teremos um ciclo intenso de jogos - semanas consecutivas a jogar ao fim-de-semana e a meio da semana; jogos intensos como os da Champions - com boas condições para disputar os jogos. Bruno César e Enzo Pérez (se regressar) poderão ser opções para a posição 8 também, mas não os colocaria à partida como primeiras opções a Witsel.

Nas alas, teremos a provável saída de Gaitán, que necessitará ser colmatada. Será a saída de um criativo que terá que ser compensada. Uma eventual reentrada de Sálvio seria muito bem-vinda, mas não colmataria Gaitán - são jogadores diferentes. Dentre os jogadores de alas que temos - de salientar em particular Urreta, Melgarejo, Yartey, Enzo - não parecem ser jogadores do mesmo tipo também. Poderemos assim ficar órfãos de um criativo. Nolito, Yannick, Bruno César mantém-se. Uma situação a merecer análise e que parece estar no topo das prioridades do Benfica, a julgar pelos nomes que têm circulado. Uma nota: não fico particular entusiasmado com a (contínua) aparente obcessão por jogadores de ataque, descurando outras posições do plantel.

No ataque, parece-me que estamos bem servidos e não será um sector prioritário de reforço. Cardozo, Rodrigo e Nélson Oliveira (numa segunda época de evolução), Saviola (manteria na equipa, gerido de outra forma; é um jogador útil para certo tipo de jogos). Temos ainda Jara e Rodrigo Mora que veria bem regressados e pelo menos um deles poderia integrar o plantel.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Elementos fundamentais (estratégicos) para o futuro do Benfica (i)

Cinco áreas fundamentais para o futuro do Benfica:


Aumentar receitas
-A necessidade imperativa de assegurar a participação de forma contínua e com sucesso (i.e., ir além da fase de grupos) na Champions. Esta é a forma de assegurar receitas operacionais muito significativas. Que permitem, de forma sustentável, manter uma equipa cada vez mais competitiva. Que permitem também valorizar a marca (e a sua internacionalização além do espaço tradicional do Benfica - lusofonia) e os activos desportivos, potenciando outras fontes de receitas (publicidade; transferência de jogadores).
-Manter a posição assumida recentemente de clube formador de jogadores para as Ligas top 4(5). Em particular posicionar-se como fornecedor dos top 3 dos top 4(5), i.e., vender para as equipas de topo das principais ligas (Madrid, Barcelona, Milan, Juventus, Manchester(s), Chelsea, Munich). A equipa B pode assumir aqui um papel fundamental ao assegurar um espaço competitivo com ligação privilegiada à equipa principal.
-Direitos televisivos. Esta é a linha de receita com maior potencial de valorização no curto prazo. E tem a vantagem adicional de estar ligado a outra das áreas fundamentais para o Benfica (a que chamarei Regulação, por via da influência da Olivedesportos no futebol Português).
-Receitas de bilheteira. Parece ser uma das áreas em que há ainda trabalho a fazer para maximizar as receitas e maximizar o aproveitamento do potencial do estádio. Parece existir um potencial não aproveitado em termos de segmentação para maximizar a ocupação do estádio.


Controlar custos
-Neste aspecto, os custos com o serviço da dívida são seguramente uma das áreas a merecer atenção.
-Melhorar a prospecção e a taxa de sucesso das nossas aquisições e da nossa formação.
-Manter o controlo sobre os custos com pessoal, em particular assegurando ligação entre as receitas e estes custos, e salvaguardando sempre a competitividade das equipas (A e B).


Competitividade
- Todos estes elementos são fundamentais para aumentar a competitividade da Liga e, por essa via, aumentar a possibilidade de uma evolução da Liga (e dos clubes) no sentido de conseguir atrair e manter talentos por mais tempo, gerando mais receitas e melhorando a qualidade.
-Na base o Benfica deverá ser um clube de prospecção e formação. A ligação entre a formação, a equipa B e a equipa principal é fundamental no cimentar desta posição estratégica no futebol internacional.
-Títulos nacionais e internacionais: o Benfica terá que, nos próximos anos (5) alcançar títulos com dimensão e expressão suficiente para relançar a imagem do clube no exterior. Um título internacional e assegurar a Liga mais regularmente são os objectivos. 
-Para que isso aconteça, a estrutura do futebol deverá ser reforçada. A actual estrutura parece ainda frágil e demasiado exposta. Com funções algo indefinidas ou preenchidas por pessoas que deveriam estar concentradas noutras áreas.
-Para que isto aconteça é necessário olhar também para fora, numa estratégia de duas vias que reforça a estrutura interna e aumenta o poder de influência (sem as conotações negativas que abundam no nosso futebol) do clube no exterior.


Regulação

-Um dos aspectos onde temos falhado muito parece ser na falta de participação nas decisões estruturantes da organização da Liga (ao nível da LPFP e da FPF). Além da organização interna, é fundamental que o Benfica tenha uma voz e assuma o seu papel no desenho das competições nacionais. Por aqui passam decisões como a organização das competições; a possibilidade de introdução de novas tecnologias no futebol (a Liga Portuguesa poderia propor-se como caso de estudo da introdução de novas tecnologias no futebol); a centralização dos direitos televisivos; o fomento da competitividade da Liga; assegurar as condições de competitividade e equidade entre todos os participantes; aumentar a autonomia e independência de todos os clubes como elemento básico de competitividade da Liga; modelo de negócio da Liga e papel dos clubes; futebol profissional e amador; futebol de formação.


Media
-A política de comunicação do Benfica deixa bastante a desejar. A falta de canais de comunicação credíveis e a comunicação sem estratégia, reactiva e inconsequente deixa o clube e os seus representantes vulneráveis à "espuma dos dias", a estratégias de desestabilização e ao simples aproveitamento da imagem do clube. Gerir o tempo mediático é algo a que o clube tem que dedicar mais atenção e esforço. É uma tarefa que demora a consolidar, mas é de grande importância na estabilização e gestão de momentos piores.

domingo, 22 de abril de 2012

A três jornadas do fim

Em teoria, o Benfica terminou ontem os seus encontros de maior grau de dificuldade (apesar de não ser de desprezar a dificuldade que nos pode ser colocada pelo Rio Ave e Setúbal fora).

Em teoria, o Porto tem nas próximas duas jornadas jogos de grau de dificuldade elevado. A deslocação ao Marítimo é sempre difícil, em particular face a este Marítimo de boa qualidade. E a recepção ao Sporting é sempre um jogo imprevisível. Em teoria. Veremos como se comportam os restantes elementos do jogo em termos de "apoio extra".

Em relação ao Benfica, acredito que com a possibilidade de preparar os jogos com uma semana de intervalo, será possível à equipa demonstrar todo o seu potencial e ultrapassar os obstáculos. Em particular porque neste final de época parecemos ter recuperado alguns jogadores que estavam em baixa de forma (Rodrigo e Nolito) e ganho outros para o futuro (em particular Matic).

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um pouco de perspectiva...

«Há quatro anos era o cancro do Barcelona» - Xavi

http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=327192

O plantel 2011-12 (ii)

O plantel desta época teve como grande vantagem em relação ao de 2010-11 o número de opções para as alas. No modelo de jogo do Benfica, a criatividade dos alas é fundamental para alimentar o ataque. Entre Gaitán, Nolito, Bruno César e Enzo, teríamos em teoria opções em número e diversidade suficientes. infelizmente Enzo cedo deixou de ser opção (primeiro a lesão e depois o episódio de Natal). entrou Yannick para o lado direito, sendo que provavelmente apenas poderá ser uma opção mais séria na próxima época. Juntando a época irregular de Gaitán e, nesta fase final, a quebra de forma de Nolito (se juntarmos a perda de forma de Rodrigo e a perda de Aimar em alguns jogos), perdemos grande parte da nossa capacidade criativa. Bruno César é um jogador diferente que, partindo de uma ala, pode dar mais equilíbrio e apoiar no centro do terreno. E adicionar poder de passe logo. Poderá inclusive dar um "8" interessante. Sálvio teria sido terrivelmente útil esta época (ainda mais sme poder contar com Enzo durante a temporada inteira, na prática).

No centro do terreno, com a saída de Rúben Amorim, ficámos reduzidos a Javi, Matic e Witsel. Manifestamente pouco para o número de jogos em sequência que tivemos que disputar. Em particular a posição de Witsel ficou a descoberto. Acredito que poderíamos ter tido outra capacidade de resposta se tivessemos Amorim (ou outro jogador para aquela posição). Adicionalmente, Matic apenas agora parece em condições de jogar a um nível mais elevado e próximo daquilo que se espera de um "6" (ou "8" em alguns jogos) do Benfica. A verdade é que, durante grande parte da época, Matic não revelou as condições para poder disputar o lugar em quase igualdade com Javi. Nas alturas em que Javi esteve fora por lesão anteriormente Matic cumpriu, mas sentiu-se sempre que o Benfica estava com uma carência naquela zona central do terreno. A boa notícia é que Matic parece estar em condição de ser alternativa - o que representa um significativo incremento de qualidade no meio-campo do Benfica e a possibilidade efectiva de uma melhor gestão do esforço dos jogadores naquela zona. O empréstimo de David Simão parece-me que só pode ser entendido como uma reprovação do treinador ao jogador, nas actuais condições, face ao que entendia ser exigível ao jogador. Um caso a rever para a próxima temporada.

Na defesa, penso que tivemos sorte e apostámos num grande risco (sem necessidade) em Maxi não ter tido nenhuma lesão. Em relação aos centrais, Luisão e Garay formam uma dupla muito boa. Jardel cresceu desde a época passada, comete menos deslizes, mas provavelmente ainda precisa de mais algum tempo. Ainda assim já é uma boa alternativa para 3.º central. Tal como Miguel Vítor. Sempre que foi chamado correspondeu muito bem. teve a infelicidade de se lesionar num jogo em que estava muito bem (Braga) e fechou a época. Não jogou muito, mas tem um papel no Benfica e espero que se mantenha para a próxima época. Não havendo mexidas no centro da defesa, e tendo como prioridade o reforço de outras posições da equipa, não vejo necessidade de mexer no quarteto de centrais. Na lateral esquerda, precisaremos mexer. Precisamos de alguém capaz de apoiar o corredor para evitar que a equipa fique coxa no ataque (e logo mais previsível). Emerson não me parece ser uma má solução no contexto de plantel. Mas precisamos de um lateral esquerdo titular.

Na baliza, Artur esteve muitissimo bem até ao Natal, oscilou um pouco nos 2 primeiros meses do ano, mas ultimamente voltou a mostrar a mesma confiança e segurança. A colocação da bola à distância é um ponto a melhorar claramente. Não sou particularmente fã de Eduardo. Dependendo da avaliação da equipa técnica à evolução dos guarda-redes mais jovens que temos no clube (em particular Mika e Oblak) não veria necessidade de adquirir o passe de Eduardo - e assim reunir recursos para investir nas posições em que estamos carenciados.

O plantel 2011-12 (i)

A época iniciou-se com um processo de selecção pouco comum, com muitos jogadores à disposição para a constituição do plantel. Tivemos também, durante grande parte da época um plantel alargado de 28 jogadores. Acabamos a época com 25, tendo utilizado um total de 30 jogadores (Mika e Rúben Pinto não chegaram a jogar ainda, mas ainda assim entram na contabilidade).

Começo por dizer que me parece boa a política de ter no plantel alguns jogadores jovens que, mesmo com poucas oportunidades para jogar, têm oportunidade de evoluir com os métodos de treino da equipa principal, com os jogadores e treinador da mesma. Da época passada o caso de Roderick. Nesta época os casos de Rúben Pinto, Luís Martins (ainda assim contabilizando alguns minutos) e Nélson Oliveira. Será também, parece-me, o caso de André Almeida. Com a equipa B a partir da próxima época, este modelo terá porventura hipóteses de ser melhor explorado, aliando à possibilidade de treino na equipa principal a possibilidade de utilização em competição pela equipa B.

A equipa B pode ser uma peça fundamental na formação e maturação de talentos para a equipa principal (aproveitamento desportivo) e posteriormente para transação para as principais equipas de campeonatos mais competitivos (aproveitamento financeiro). É fundamental que o Benfica se posicione como clube formador e fornecedor de grandes talentos para os principais clubes (top3) das principais ligas (top5).

Neste sentido, uma das grandes virtudes de Jorge Jesus é a capacidade para rentabilizar valores. Aconteceu com Di Maria. Com David Luiz. Ramires. Sálvio. Gaitán. Carlos Martins. Javi Garcia. Fábio Coentrão. Está a criar grande valor em Witsel, Matic, Rodrigo e Nélson Oliveira. É preciso ter o talento à disposição. Mas também é preciso ter o talento para o transformar em algo que efectivamente tem valor. E isso JJ tem feito nos três anos que leva de Benfica. É preciso também saber descobrir talento, e ter objectivos bem claros e definidos na prossecução desse talento. E aqui o Benfica ainda parece demasiado disperso. Em particular focando demasiada atenção no ataque - compreensível, por ser onde estará potencialmente a maior criação de valor; mas não podemos descurar o meio-campo, em particular a fase de construção e equilíbrio, em particular num benfica que joga no risco e em alto ritmo.

Parece ter havido a dada altura (na transição da 1.ª para a 2.ª época de JJ) um misto de falta de capacidade da estrutura do futebol do Benfica, deslumbramento com o que foi alcançado na 1.ª época, voluntarismo em querer assumir funções além das competências e na disposição em delegar (tacitamente ou de forma explícita) competências. Parece faltar a esse nível o profissionalismo e o rigor que tem que existir numa estrutura fundamental do clube.

O plantel 2011-12 parece-me um plantel de muita qualidade, potencial e margem de evolução, mas com desequilíbrios em algumas posições.

Focando os desequilíbrios, temos falta de uma verdadeira opção para Maxi e para Witsel. Maxi é porventura o pior desequilíbrio pelo papel que desempenha fazendo todo o corredor, apoiando a defesa e o ataque. Uma opção para Witsel faz-se sentir principalmente nos jogos contra equipas mais fortes o que obriga a uma sobrecarga de jogos, retirando rendimento. Penso que Matic poderia ser uma opção a Witsel, jogando mais adiantado com Javi, mas essa não tem sido a opção de JJ. Acho que Matic é um bom "6" - diferente de Javi, em particular porque tem a capacidade de pressionar mais à frente e tem melhor passe - mas também poderá ser uma opção em alguns jogos para "8". Independentemente disso, parece-me que precisamos de outro "8" para alternar com Witsel. Não o vejo entre os nossos jogadores - plantel actual e mesmo numa lista alargada de jogadores com quem temos contrato (eventualmente Enzo Perez? alguém da formação?).

A terminar esta primeira parte, o ataque. Cardozo, Nélson Oliveira, Rodrigo, Saviola. Parece-me que Saviola foi menos utilizado do que o que poderia ter sido. Nélson Oliveira foi bem gerido, com uma fase de aprendizagem até início de Janeiro e posterior maior utilização na equipa principal. Rodrigo foi bem gerido, tendo provavelmente surpreendido pela rapidez com que se impôs. Cardozo continua a ser essencial no Benfica - como o comprova a maior probabilidade de não conseguirmos a vitória quando não marca. Enquanto quer Cardozo quer Rodrigo estavam a marcar com regularidade, conseguimos as nossas melhores vitórias. Quando ambos deixaram de marcar, caimos. É importante ter um conjunto mais alargado de avançados para haver esta rotação em momentos de baixa de forma de algum. Nestas três épocas temos tido Cardozo sempre regular. Na 1.ª época tivemos Saviola como complemento. Na 2.ª falhou-nos Saviola como complemento e Jara apesar de esforçado não deu para tudo, sobretudo na parte final em que falharam muitas unidades fundamentais. Nesta 3.º época, perdemos Rodrigo como complemento de Cardozo e não conseguimos que nenhum dos outros 2 assumisse esse papel.

É fundamental ter um lote de bons atacantes para uma equipa como o Benfica. E temos.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Taça da Liga

Era um objectivo da época. Fizemos uma prestação muito boa na prova, com cinco vitórias em cinco jogos, defrontando o Guimarães, Marítimo e Porto até chegar à final. Foi uma boa competição para dar minutos a alguns dos nosso jogadores - Nélson Oliveira, Saviola, Capdevila, Eduardo, por exemplo.
A atenção tem agora que estar totalmente voltada para o último ciclo da época: os últimos quatro jogos da Liga. 12 pontos são o objectivo e o que se espera. O resto das contas faz-se no fim.

O percurso do Sport Lisboa e Benfica desde a década de 60 aos tempos de hoje

Na última década (2000/01-2009/10), o SLB alcançou: 2 campeonatos e 2 segundos lugares na Liga. De referir que apenas por 1 vez o SLB acabou perto da lideraça, na época 2006/07, 3.º lugar a 2 pontos do 1.º.- 1 Taça de Portugal. 2 Taças da Liga e mais 1 final.
- 1 Supertaça.
- 3 presenças na Champions (e mais 2 vezes eliminado antes dos grupos, na 3.ª pré-eliminatória).
- Das 7 participações na Taça UEFA/Liga Europa (o que implica ter ficado de fora das competições europeias 2 vezes), registo para 2 vezes chegar aos 1/4 final e 1 vez chegar aos 1/8 final.
Não é um registo brilhante e todos os sabemos.
Na década anterior (1990/91-1999/2000), o SLB alcançou:
- 2 campeonatos e 4 segundos lugares na Liga (ambas as vitórias no campeonato na 1.ª metade da década). De referir que apenas por 1 vez o SLB acabou perto da lideraça, na época 1992/93, 2.º lugar a 2 pontos do 1.º.
- 2 Taça de Portugal e mais 1 final.
- 3 presenças na Champions, com registo de chegar aos 1/4 final e à 2.ª fase de grupo por 1 vez cada. - Das 5 participações na Taça UEFA, registo para 1 vez chegar aos 1/4 final e 1 vez chegar aos 1/8 final.
- Das 2 participações na Taça das Taças, registo para 1 vez chegar aos 1/2 final e 1 vez chegar aos 1/4 final.
Não é um registo brilhante e todos os sabemos.

Na década 1980/81-1989/90, o SLB alcançou:
- 5 campeonatos e 4 segundos lugares na Liga.
- 5 Taças de Portugal e mais 1 final. 3 Supertaças.
- 5 presenças na Champions, com registo de 2 finais, chegar 1 vez aos 1/4 final e 2 vezes aos 1/8 final.
- 2 participações na Taça UEFA com registo de 1 final.
- Das 3 participações na Taça das Taças, registo para 1 vez chegar aos 1/2 final e 1 vez chegar aos 1/4 final.
Um registo brilhante numa década complicada.
Na década 1970/71-1979/80, o SLB alcançou:
- 6 campeonatos e 3 segundos lugares na Liga.
- 2 Taças de Portugal e mais 3 finais.
- 6 presenças na Champions, com registo de 1 1/2 final e 2 1/4 final.
- 2 participações na Taça UEFA sem registo.
- 2 participações na Taça das Taças, com registo de 1 1/4 final.
Um registo brilhante internamente, numa fase de transição pós-década de 60.

Na década 1960/61-1969/70, o SLB alcançou:
- 7 campeonatos e 2 segundos lugares na Liga.
- 4 Taças de Portugal e mais 1 final.
- 9 presenças na Champions, com registo de 2 vitórias e mais 3 finais, chegar 2 vez aos 1/4 final e 2 vezes aos 1/8 final.
Um registo verdadeiramente notável e brilhante. A nível nacional e internacional.


Desde 1960, três décadas notáveis. Duas décadas (as últimas) com um registo insuficiente. Em muitas ocasiões por culpa própria. Em muitas ocasiões por um misto de culpa própria e circunstâncias da nossa Liga. É este o trajecto que o Benfica tem que inverter. Traçando os seus objectivos e caminho próprios. Defendendo os seus interesses, entre os quais tem que estar tornar o futebol Português como um todo mais forte. Os últimos três anos elevaram o patamar do nosso desempenho desportivo. Não obtivemos até ao momento os resultados desportivos que desejamos, mas esse não deve ser o único indicador a considerar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O que ainda há para ganhar (perder) em 2012 (iv)

Fechou-se mais um ciclo de jogos difíceis e uma vez mais a equipa não correspondeu na totalidade. Duas derrotas com o Chelsea. 1 vitória com o Braga. 1 derrota com o Sporting. 4(5) pontos de diferença para o Porto a 4 jornadas do fim. Não estamos em boa posição para vencer a Liga. Não acredito que ainda seja possível vencer a Liga.


Resta-nos assim vencer a Taça da Liga. Fazer os 12 pontos que estão em disputa até final do campeonato e dessa forma, pelo menos, não aumentar a diferença pontual para o Porto e assegurar a entrada directa na Champions de 2012-13. Resta-nos ainda saber que fizemos uma boa campanha na Champions deste ano (14 jogos), mantendo o bom registo que temos feito nas campanhas europeias nos últimos 3 anos. Na Taça de Portugal ficámos uma vez mais aquém dos objectivos.


No que diz respeito à Liga, é acima de tudo uma época desapontante pela forma como não fomos capazes de aguentar a liderança. O Benfica tem que ser capaz de resistir de outra forma a factores externos. Já devia também ter arranjado soluções para corrigir debilidades internas que se mantém de época para época. Parece existir algum défice de planeamento e de antecipar as dificuldades. 


Temos um plantel com muito potencial, com muitos jogadores ainda jovens. Com alguns desequilíbrios. Temos por isso muito a melhorar para a próxima época. Mas por agora, ainda temos muito (Taça da Liga; equipa; acesso directo à Champions; 12 pontos na Liga) a ganhar em 2012.

domingo, 8 de abril de 2012

Jornada 26

15 pontos em disputa para o Benfica. 12 pontos em disputa para o Porto.

Diferença de 4 pontos neste momento, com menos 1 jogo.

Nada mudou com a vitória do Porto em Braga: o Benfica continua a ter que somar 15 pontos até final do campeonato. Se o fizer tem hipóteses de ser campeão. Se não o fizer, não o será seguramente.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Notas soltas da jornada 24

Inacreditável a expulsão de Aimar.

Para o Benfica os objectivos mantém-se os mesmos: vencer todas as jornadas que se seguem. Esta é a altura para a estrutura do futebol se manter coesa e sólida. 6 jornadas. 1/4 final da Champions. Final da Taça da Liga. É isto que está em causa. É isto a nossa época desportiva. Todos queremos títulos. Mas é preciso também ter em conta o trabalho para lá se chegar. E é preciso ter memória.

Estivemos em 1.º. Passámos para 2.º. Actualmente estamos em 3.º. A 2 pontos do 1.º. Precisamos somar 6 pontos nas próximas 2 jornadas. Se isso acontecer, acredito que nenhum dos outros 2 candidatos farão mais que 3-4 pontos.

Entretanto o Porto empata também. Depois de estar a ganhar. Depois de o Benfica ter empatado. Este não é o Porto normal.

Entretanto o Braga ganhou. Temos novo líder, a 6 jornadas do fim.

Entretanto, amanhã contra o Chelsea: Artur; Maxi, Emerson, Luisão, Jardel; Javi, Matic, Nico, Bruno César; Aimar, Cardozo.

Descansar Witsel para o jogo com o Braga e ganhar músculo no meio-campo, bem como capacidade de passe mais longo através de Matic. A velocidade de Nico e a eficácia de Cardozo aliado ao futebol do Aimar, na primeira parte. Na segunda parte, a velocidade de Nélson Oliveira ou Rodrigo e o repentismo de Nolito podem ajudar a ganhar o jogo.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Bloqueios

Ridícula a rábula dos "bloqueios". Está tudo dito na frase desajeitada de VP, como quem diz o que na verdade quer dizer.

«Se deixarmos que tudo se mantenha como até aqui, acredito que o Benfica vai continuar a fazer muitos golos de parada»


Ridícula rábula. Veremos se eficaz ou não. E depende da equipa do Benfica não deixar que o seja. Não se deixar afectar e superar as dificuldades "extra" que encontraremos nestes 7 jogos do campeonato e na final da Taça da Liga.


Jorge Jesus foi claríssimo: são tentativas de condicionar. A opinião pública (a campanha dos bloqueios está em marcha, com mais força mediática que a derrota do Porto). Os árbitros. Os adversários (veremos a quantidade de reclamações de "bloqueio" que surgirão nos próximos jogos). O Benfica. Jorge Jesus esteve muito bem. A estrutura do Benfica não.

Deixar o treinador isolado a defender a equipa não é boa política.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Benfica 3 - Porto 2

Grande início de um ciclo fundamental para a definição das três competições em que o Benfica está inserido - o único dos grandes a disputar mais que uma competição, já agora.

Uma vez mais bons golos por parte do Benfica (em particular o 1.º e o 3.º). Uma vez mais desconcentrações inadmissíveis na forma como defendemos. Uma primeira parte atípica, principalmente até ao empate, em que podíamos ter sofrido o 1-3 em algumas ocasiões de contra-ataque e por outro lado podíamos ter marcado pelo menos 3 golos (bolas aos ferros) adicionais. Vitória clara da melhor equipa em campo.

Preocupante o desgaste, num jogo intenso, de algumas unidades. Em particular Witsel e Maxi por clara falta de substitutos à altura. Entre 26 de Fevereiro (Académica) e ontem, Witsel por exemplo cumpriu 6 jogos inteiros pelo Benfica e um jogo (incompleto) pela selecção.

A boa notícia parece ser a de que estes serão os elementos que apresentam maiores sinais de desgaste, sendo que a rotação nas alas tem permitido manter Nolito, Bruno César e Gaitan em boas condições. No ataque também temos boas opções com Cardozo e Nélson Oliveira neste momento na frente, mas com Rodrigo à espreita e Saviola a mostrar-se como opção em determinados jogos - bom jogo ontem a substituir Aimar e a permitir manter a pressão sobre a defesa do Porto e reter a bola longe da nossa área.

Dos ecos do jogo, absolutamente infelizes as declarações dos responsáveis do Porto, em particular do seu Presidente a desvalorizar de forma inqualificável uma competição oficial nacional. E a típica pressão sobre a arbitragem, visando condicionar os próximos jogos.

Em resumo, boa vitória. Mas é já passado. E o futuro é o Olhanense e os 3 pontos em disputa que nos coloquem em 1.º lugar isolados (à condição), pelo menos até Domingo.

sábado, 17 de março de 2012

O que ainda há para ganhar (perder) em 2012 (iii)

Fechado novo ciclo (Paços de Ferreira e Beira-Mar), desta vez plenamente vitorioso. Depois do susto de Paços de Ferreira, a tranquilidade do jogo na Luz. Vitória sem história, tirando três belos golos e um jogo em ritmo de poupança. Pragmatismo ou demonstração do estado real da equipa neste momento? Claramente parece-me a primeira opção.

O Benfica cumpriu o seu 41.º jogo oficial da época (23 jornadas da Liga; 12 jogos da Champions; 3 jogos da Taça de Portugal; 3 jogos da Taça da Liga) com um saldo de 29 vitórias, 8 empates e 4 derrotas; 87 golos marcados e 35 golos sofridos.

Temos neste momento a certeza de mais 10 jogos até final da época (7 jornadas da Liga; 2 jogos na Champions; 1 jogo na Taça da Liga) que, dependendo dos resultados deste novo ciclo intenso de jogos (Porto-Olhanense-Chelsea-Braga-Chelsea-Sporting) poderão representar a certeza de acrescentar mais 3 jogos (meias-finais da Champions; final da Taça da Liga).

Chegados a este ponto importa analisar como está o plantel em termos de utilização. Para mim, a principal causa da quebra vertiginosa do rendimento da equipa no final da temporada passada ficou a dever-se a um desgaste exagerado, derivado da falta de opções válidas para demasiadas posições, em particular nas alas e ataque. Foi demasiado evidente a quebra de rendimento de vários destes jogadores no final da temporada passada.

Importa assim analisar o plantel desta temporada nesta altura e ver se as lições de 2010-11 foram devidamente assimiladas para 2011-12.

Até ao momento, temos:

- 6 jogadores com utilização em mais de 75% do tempo da totalidade dos jogos disputados (Artur (35 jogos), Emerson (34), Luisão (32), Maxi (33), Garay (35), Witsel (39));
- 6 jogadores com utilização superior a 50% (e inferior a 75%) do tempo da totalidade dos jogos disputados (Javi (29) jogos), Cardozo (34), Bruno César (34), Nolito (40), Aimar (34), Gaitan (36));
- 4 jogadores com utilização superior a 25% (e inferior a 50%) do tempo da totalidade dos jogos disputados (Rodrigo (29 jogos), Matic (23), Saviola (24), Jardel (14));
- 9 jogadores com tempo de utilização inferior a 25% do tempo da totalidade dos jogos disputados (Nélson (14 jogos), Miguel Vítor (9), Luís Martins (3), Rúben Pinto (0), Capdevila (5), Mika (0), Eduardo (6), André Almeida (2), Yannick (2)).

Temos assim um grupo de 6+6 com uma carga significativa de utilização. O tempo de utilização indica que este é o núcleo duro do plantel ao longo da época. A estes 12, podem ser acrescentados 8 outros jogadores que podem entrar a qualquer momento na equipa (Rodrigo, Matic, Saviola, Jardel, Nélson, Miguel Vítor, Capdevila, Eduardo) e eventualmente outro, Yannick, dependendo da rapidez da adaptação à equipa. Ou seja: 20-21 jogadores (incluindo 2 guarda-redes).

Existem claramente alguns desequilíbrios na constituição do plantel, mais do que discutidos ao longo da época, principalmente nas laterais da defesa. Mas é claro que neste momento temos opções atacantes para as alas e centro do ataque para esta fase final. Nota-se aliás que este setor da equipa não está tão desgastado. Uma preocupação (além da falta de alternativa a Maxi), parece-me ser sobretudo com Witsel, dada a ausência de uma alternativa de qualidade semelhante. É nesta altura já um dos jogadores com mais tempo de utilização e será sempre um elemento fundamental para os jogos que aí vêm (em particular na Champions e nos embates com as principais equipas da Liga - Porto, Braga, Sporting, Marítimo).

Uma conclusão nesta fase parece-me ser que temos um plantel rico em número de jogadores que são efectivamente opção válida (21 jogadores em 25 do plantel - sendo que dos 4 que não serão opção válida, 1 é guarda-redes e 3 são jovens com pouca experiência e que poderão ser opção de futuro). A construção do plantel continua a ser desequilibrada, mas conseguiu-se criar opções em número, sobretudo no meio-campo de ataque e ataque. Para o futuro, a equipa B poderá representar uma boa solução para ajudar a colmatar quaisquer desequilíbrios verificados na construção do plantel ao longo da época, através da identificação de jogadores-revelação que se verifique terem capacidade para irem entrando no plantel.

A confirmação deste plantel alargado de 21 jogadores poderá ser um dos ganhos da época 2011-12.

terça-feira, 13 de março de 2012

Revolução ruídosa

Mais que a (desesperada) decisão de alargamento da 1.ª Liga, importa perceber as implicações da decisão de ontem sobre os direitos televisivos. Todo o ruído sobre o alargamento esconde um pouco a questão, mais estruturante, dos direitos televisivos.

Por princípio concordo com a centralização dos direitos televisivos. Porque permite maior independência dos clubes com menor capacidade de gerar receitas; porque tem o potencial para aumentar a competitividade do campeonato; porque potencia, através do aumento da competitividade e visibilidade, a atracção de melhores jogadores, melhores patrocínios, mais receitas.

Não estou certo que no "ambiente" e circunstâncias do futebol nacional seja uma boa solução. Ou melhor, que estejam reunidas condições para assegurar que todos os benefícios da centralização dos direitos televisivos serão efectivamente canalizados para as SADs/clubes e alavancar o aumento de competitividade que este mecanismo possibilita. Não estou seguro que seja um abrir de portas para o aumento de competitividade da Liga - de que este mecanismo é seguramente um dos elementos fundamentais - ou se pelo contrário será o mecanismo que permitirá consolidar uma solução (monopólio) que se tem traduzido na dependência e baixa competitividade da generalidade das SADs/clubes. Mudar o sistema ou manter o sistema. Eis a questão em volta da questão da centralização dos direitos televisivos. Uma matéria de que o Benfica não se pode alhear (mau começo a não participação no Conselho dos Presidentes que discutiu esta matéria). Uma matéria que pode determinar os próximos anos no futebol Português.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Gestão à Benfica


"A renegociação dos direitos de televisão com a Olivedesportos prova que o Benfica vive uma era diferente. Mais próspera. O clube acaba de recusar uma proposta para o triplo do valor que recebe hoje, o que não pode estar a fazer sem um plano B. Nem sem ganhar na Champions.
Há pelo menos dois anos que Benfica e Olivedesportos estão a negociar os direitos para os jogos na Luz. Os negócios da controladora da Sport TV com o Porto e o Sporting já foram fechados, mas o Benfica cisma em subir o preço. Está a conseguir: o preço já está no nível mais elevado entre todos os clubes. O Benfica, que hoje recebe 8 milhões por ano, recusou 22 milhões para cada um dos anos entre 2013 e 2018, num total de 111 milhões.
O valor está muito afastado dos 40 milhões de euros que, supostamente, Miguel Pais do Amaral estaria disposto a oferecer. Aqui escrevi que Pais do Amaral devia estar louco se ponderava tal valor. Se ponderava, “desponderou” – desistiu. O Benfica está agora entre a Olivedesportos e a gestão própria dos direitos. Na prática, isso significaria também uma mudança de poder entre duas empresas detrás destas negociações: a ZON (acionista da Sport TV) e a PT (dona do Meo, que tem acordo com a Benfica TV). Ora, dificilmente a Sport TV poderá esticar mais a sua oferta: o mercado da publicidade está péssimo, a ignóbil pirataria prolifera.
O Benfica está a controlar o processo, o que no passado era impossível, por fragilidade económica. A presidência de Vieira é responsável pela inversão do estado calamitoso do clube, agora gerido com estratégia – e resultados. Só esta época o Benfica encaixou 19,2 milhões na Champions. E, mesmo abaixo dos sonhos impossíveis dos 40 milhões por ano, os direitos televisivos vão trazer uma pipa de massa à Luz. Olé.
Por: Pedro S. Guerreiro em Record"

A situação económica do Benfica é hoje incomparável com a do início da década. A capacidade de gerar receita da SAD está hoje consolidada, com algumas áreas ainda com potencial de crescimento, designadamente os direitos televisivos, a nível de bilheteira e patrocínios. Ainda assim, na estrutura actual de receitas, a participação constante na Champions e a realização de mais-valias com a venda de passes de jogadores são elementos essenciais para assegurar estabilidade e a manutenção de um nível competitivo superior.
É um modelo que implica algum risco e necessita de um controlo muito cuidado da estrutura de custos e a exploração exaustiva de todas as fontes de receita ordinárias e a procura constante de novas fontes de receitas.
Implica ainda uma gestão cuidada da imagem da SAD e a minimização da exposição a outros factores externos. Estes são dois factores onde a SAD ainda não é tão profissional como eventualmente já deveria ser. As relações institucionais com outras SADs, com a Liga e com a Federação têm que ser geridas. E aproveitar o peso específico do Benfica em prol da competição e não apenas em proveito próprio. Reconhecer que, em termos da organização da competição o Benfica ganha quando as restantes SAD/clubes também ganham. As relações de dependência da generalidade das SAD/clubes a outras entidades ou SADs ou clubes não beneficiam a competição e, olhando no médio e longo prazo, não são no interesse do Benfica.
É também isto que está em causa nos próximos meses. 
Até final do campeonato, a decisão das posições finais na tabela e a necessidade imperiosa de o Benfica assegurar no mínimo a presença directa na Champions de 2012-13.
No que diz respeito aos direitos televisivos, maximizar o valor da receita qualquer que seja a solução encontrada. E neste particular, manter presente as relações de poder associadas à Olivedesportos e potenciais consequências ao nível da organização da competição em Portugal, i.e., manter um certo status quo ou não. Certo é que a posição negocial do Benfica é atualmente incomparavelmente mais forte que no passado. Assim se saiba definir o que se pretende alcançar.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O que ainda há para ganhar (perder) em 2012 (ii)

Fechado este ciclo de jogos (Zenit-Guimarães-Académica-Porto-Zenit) iniciam-se novos ciclos de jogos.

Pontos prévios: internamente o Benfica mantém a responsabilidade de ganhar todos os jogos; na Champions trata-se de jogar e disfrutar os próximos 2 jogos, com a esperança num bom sorteio e na possibilidade de, depois dos 2 jogos que temos, outros 2 se seguirem.

Voltando aos ciclos, é fundamental ganhar os próximos 2 jogos (P. Ferreira-Beira Mar):
i) porque são os próximos jogos;
ii) para manter a pressão sobre o FCP que inicia depois da Académica uma sequência de 2 jogos fora seguidos (Nacional-P. Ferreira) para o campeonato, com a meia-final da Taça da Liga na Luz pelo meio (3 jogos fora);
iii) para manter o Braga atrás;
iv) porque antecedem a entrada num novo ciclo complicado (Porto-Olhanense-Champions-Braga-Champions-Sporting) em que teremos 6 jogos difíceis em 3 semanas (7 se contarmos com Olhanense 3 dias antes do jogo com o Porto e que para efeitos de gestão do esforço já entra nas contas deste segundo ciclo).

A gestão do esforço e do grupo será pois fundamental neste segundo ciclo de 6 jogos que se inicia a 21 de março (Porto) e segue até 8 de abril (Sporting). Possivelmente o Benfica terá que fazer opções. Tanto mais complicado dado o adversário da meia-final da Taça da Liga, prova que aconselharia ser colocada como a última prioridade (Campeonato-Champions-Taça da Liga). São opções complicadas, mas que terão que ser feitas e assumidas.

Os resultados deste segundo ciclo determinarão também o calendário (que, se tudo correr bem não se afigurará fácil) durante o resto do mês de abril.

Acima de tudo dois objectivos: ganhar os 9 jogos do campeonato e (continuar) fazer uma boa eliminatória da Champions e procurar seguir em frente na prova.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Champions

Grande vitória ontem na Luz. Foi uma eliminatória difícil mas ultrapassada com todo o mérito. Grande vontade. Grande apoio do público no estádio - grande ambiente ontem. Enormes Luisão e Maxi. Mas uma vitória da equipa, do grupo. Muito bem JJ a mexer na equipa ontem. Na forma como operou as alterações e quando o fez. Depois de 6ª feira, era exactamente o jogo que precisávamos. E o Benfica não falhou no momento crucial.

Finalmente, uma palavra para uma grande arbitragem. Podem-se apontar alguns erros, mas para as duas equipas e, acima de tudo conseguiu manter o jogo controlado sem o "matar" com faltas e cartões - aquele jogo na nossa Liga não acabava com 11 de cada lado. Algum desnorte inicial e permissivo na forma como os Russos queimaram tempo, mas mesmo esse pormenor foi compensado com os 4 minutos extra no final da 1.ª parte.

E agora, entre as 8 melhores equipas da Europa em 2011-12, que venha a sorte do sorteio.

terça-feira, 6 de março de 2012

O que ainda há para ganhar (perder) em 2012 (i)

Após o jogo de 6.ª feira, num balanço preliminar de um (primeiro) ciclo crucial de jogos (Zenit-Guimarães-Académica-Porto-Zenit) para a definição da época do Benfica, há que dizer claramente que apenas uma vitória no jogo com o Zenit poderá atenuar os resultados deste ciclo. De positivo do ciclo de jogos que se iniciou e fechará com o Zenit, fica um registo de 1 ponto ganho para o campeonato e, espera-se, a passagem aos 1/4 de final da Champions.

O jogo com o Zenit é hoje, como já era antes de começarmos a disputar este ciclo, fundamental. Porque assegura a manutenção na Champions. Porque nos assegura a manutenção no grupo restrito das melhores equipas de 2011-12. Porque nos assegura a continuação da recuperação de um lugar de destaque entre as principais equipas da Europa. Porque nos assegura importantíssimas receitas ordinárias e aumenta a perspectiva de geração de receitas extraordinárias no Verão. É tudo isto que está em jogo com o Zenit. Isto, e a recuperação de um grupo para os desafios que se aproximam.

O jogo com o Zenit vai determinar se o Benfica é neste momento uma equipa que baixa os braços perante a adversidade. Ou se, como acredito que seja, é uma equipa que enfrenta e suplanta as dificuldades. Veremos a resposta amanhã e nos jogos seguintes.

É isto o jogo do Zenit amanhã.