domingo, 17 de junho de 2012

A entrevista de Jorge Jesus de hoje (1.ª parte)

De destacar alguns aspectos negativos da entrevista:
-A confirmação, através do treinador, de jogadores ainda não oficializados pela SAD. É, uma vez mais, inverter os papeis e as funções.
-A confirmação de que a definição de objectivos não está devidamente hierarquizada. Não deve ser papel do treinador decidir, em qualquer momento, qual o principal objectivo a atingir. Numa estrutura em que os papeis e funções estão claros e definidos tal não ocorreria. É algo a corrigir de uma vez por todas. Não pode ser dada (de forma explícita ou tácita) ao treinador responsabilidades que não deve assumir.
-O objectivo principal do Benfica em cada época deve ser sempre o campeonato. Não pode ser de outra forma.
-A defesa da equipa no que diz respeito a arbitragens não deve estar a cargo do treinador. Deverá ser alguém da estrutura. Um verdadeiro Director para o futebol - que parece não existir no Benfica.
-O papel do Rui Costa parece ser de gestão do scouting e contratações. Se for isso, nada contra, mas convinha clarificar. Até porque neste ponto parece-me que temos feito de facto um trabalho positivo - e cada vez melhor - nas últimas épocas.
-As considerações sobre a dificuldade em encontrar um defesa esquerdo. Será tão mais difícil encontrar um lateral que outros jogadores?
-Anúncios sobre jogadores para a equipa B. Mais uma vez preferia que cada um assumisse o seu papel e função.

E alguns aspectos positivos:
-O destaque para o papel de Witsel na estrutura da equipa e, espera-se, o reconhecimento da necessidade de um jogador semelhante no plantel - ou idealmente 2.
-Destaque para o papel que Bruno César pode ter na equipa. Como 10 e alternativa a Aimar. Parece-me que poderia ser também uma boa alternativa para 8/10, mais recuado no meio campo, fazendo dupla com Javi.
-Boas notícias para a equipa B e articulação com a equipa principal.
-Boa a descrição do papel que vê para Ola John e Hugo Vieira. Concordando-se ou não, é também positivo ver uma avaliação frontal de jogadores que fazem parte do plantel (Nolito, Artur, Aimar, Saviola...). Acredito que JJ não seja nos jornais diferente daquilo que é normalmente face as jogadores, pelo que não vejo problema neste tipo de abordagem.

A finalizar esta primeira parte, gostaria de ter visto uma avaliação mais alongada de outros jogadores dos nossos quadros (e.g. Melgarejo, Urreta, Carole, Mora, Miguel Rosa, etc) e possibilidade de integrarem o plantel principal ou a pré-época.

Ficam claras algumas das deficiências da nossa estrutura profissional, mas também algumas das qualidades e estratégia de acção, em particular no que diz respeito a prospecção e colocação de jogadores.

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