domingo, 24 de junho de 2012

Lições para a época 2012-13

Da experiência de três épocas com Jorge Jesus, ficam algumas notas de aspectos a melhorar para a próxima época:

-A abordagem de pré-época com um número alargado de jogadores (numa primeira fase) parece ser para continuar e na verdade produziu alguns resultados positivos na época passada. A interiorização deste conceito e a perspectiva de uma primeira fase de pré-época para avaliação e selecção bem realizada, e uma segunda fase de trabalho com o plantel escolhido parece-me algo positivo e a trabalhar.
-A construção do plantel A deverá visar uma temporada longa, com mais de 50 jogos e 4 competições para disputar (Liga, Champions, Taça de Portugal, Taça da Liga). Nesta perspectiva terá que entrar um equilíbrio entre jogadores feitos e ir preparando jogadores para assumirem a equipa principal com maior regularidade. Um plantel com 25-27 jogadores (o máximo permitido) parece-me ser o objectivo uma vez mais. A equipa B deverá ser vista como um patamar autónomo de evolução de jogadores sob contrato. Vejo grande necessidade de articulação entre as equipas técnicas da equipa principal e B, que deverá ser promovida e assegurada pela estrutura profissional do futebol. Não vejo tanto como um espaço para colocar alguns jogadores que poderão entrar (na mesma época) regularmente na equipa principal. Poderá acontecer que algum elemento da B se destaque e possa ser mais aproveitado pela equipa principal. Mas à partida tenderia a ver as duas equipas relativamente autónomas.
-Na construção do plantel, evitar descurar as opções para a defesa e meio campo defensivo/de equilíbrio. É importante ter alternativas para as laterais. Assegurar um substituto para Maxi e um titular para a esquerda devem ser prioridades de reforço do plantel. Não sei se teremos nos jogadores sob contrato estes elementos. O centro do meio campo será outra posição a ver com atenção. Principalmente se Witsel acabar por sair. Aqui, na posição 8, temos já alguns nomes sob contrato que poderão assumir essa posição. Matic, Miguel Rosa, Bruno César serão os mais imediatos. Ficando Witsel, poderá ser suficiente. Saindo Witsel, será necessário contratar alguém que possa assegurar a posição. No ataque, não saindo nenhum dos 3 principais (Cardozo, Rodrigo, Nélson), parece-me que teremos nomes para assegurar mais 1/2 lugares no plantel: Saviola, Mora, Kardec, Michel, Jara. Saindo Cardozo, precisaremos de alguém que faça a diferença em termos de golos. De Jong parece uma boa aposta. Nos extremos, saindo Gaitán ficam Nolito, John, Yannick, Melgarejo, Bruno César, Urreta, Hugo Vieira. Muitas opções mas demasiadas incertezas. Sálvio seria uma certeza de qualidade. Parece-me que precisamos de outra opção para o corredor direito.
-Objectivos claramente definidos pela estrutura do futebol desde o início e interiorizados por todos. Custa-me a crer que o cenário descrito por Jorge Jesus na entrevista ao Record, descrevendo o que aconteceu esta época, seja verdadeiro numa estrutura profissional. A ser assim, tem que ser alterado, com urgência.
-A segunda metade da época é sempre muito carregada de jogos. Porque temos uma pausa demasiado longa no Natal sem jogos; porque por via do condicionamento de jogos entre grandes nas primeiras jornadas tipicamente estes (decisivos) acontecem quando o calendário europeu também é mais carregado (para quem chega a 1/8 de final ou mais além); porque também nessa altura aperta o calendário da Taça da Liga concentrando jogos entre Janeiro e Março, com a final em Abril. É por isso importante preparar este calendário apertado com antecedência, não apenas através da construção do plantel em Julho e eventuais acertos em Janeiro, mas também através de rotação de jogadores, em particular jogadores fundamentais na manobra da equipa. Na época 2011-12 rodámos os extremos mas não rodámos o centro do meio-campo e as laterais.
-Precisamos entrar muito fortes na Liga e evitar quaisquer "descuidos" que possam comprometer desde o início a posição no campeonato. Sabemos que em todos os jogos temos que jogar sempre a 100% para minimizar o risco de nos empurrarem para baixo. A qualidade do plantel e a mentalização da equipa tem que ser no sentido de evitar a exposição a erros alheios que nos custem pontos. Vamos estar sobre grande pressão no início do campeonato e até às eleições em Outubro. Este é outro elemento em que já estamos a falhar pois é um elemento de exposição ao risco e desestabilização interna desnecessário, que pode comprometer toda a época - as eleições deviam ser na pausa das épocas.

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