sexta-feira, 20 de abril de 2012

O plantel 2011-12 (ii)

O plantel desta época teve como grande vantagem em relação ao de 2010-11 o número de opções para as alas. No modelo de jogo do Benfica, a criatividade dos alas é fundamental para alimentar o ataque. Entre Gaitán, Nolito, Bruno César e Enzo, teríamos em teoria opções em número e diversidade suficientes. infelizmente Enzo cedo deixou de ser opção (primeiro a lesão e depois o episódio de Natal). entrou Yannick para o lado direito, sendo que provavelmente apenas poderá ser uma opção mais séria na próxima época. Juntando a época irregular de Gaitán e, nesta fase final, a quebra de forma de Nolito (se juntarmos a perda de forma de Rodrigo e a perda de Aimar em alguns jogos), perdemos grande parte da nossa capacidade criativa. Bruno César é um jogador diferente que, partindo de uma ala, pode dar mais equilíbrio e apoiar no centro do terreno. E adicionar poder de passe logo. Poderá inclusive dar um "8" interessante. Sálvio teria sido terrivelmente útil esta época (ainda mais sme poder contar com Enzo durante a temporada inteira, na prática).

No centro do terreno, com a saída de Rúben Amorim, ficámos reduzidos a Javi, Matic e Witsel. Manifestamente pouco para o número de jogos em sequência que tivemos que disputar. Em particular a posição de Witsel ficou a descoberto. Acredito que poderíamos ter tido outra capacidade de resposta se tivessemos Amorim (ou outro jogador para aquela posição). Adicionalmente, Matic apenas agora parece em condições de jogar a um nível mais elevado e próximo daquilo que se espera de um "6" (ou "8" em alguns jogos) do Benfica. A verdade é que, durante grande parte da época, Matic não revelou as condições para poder disputar o lugar em quase igualdade com Javi. Nas alturas em que Javi esteve fora por lesão anteriormente Matic cumpriu, mas sentiu-se sempre que o Benfica estava com uma carência naquela zona central do terreno. A boa notícia é que Matic parece estar em condição de ser alternativa - o que representa um significativo incremento de qualidade no meio-campo do Benfica e a possibilidade efectiva de uma melhor gestão do esforço dos jogadores naquela zona. O empréstimo de David Simão parece-me que só pode ser entendido como uma reprovação do treinador ao jogador, nas actuais condições, face ao que entendia ser exigível ao jogador. Um caso a rever para a próxima temporada.

Na defesa, penso que tivemos sorte e apostámos num grande risco (sem necessidade) em Maxi não ter tido nenhuma lesão. Em relação aos centrais, Luisão e Garay formam uma dupla muito boa. Jardel cresceu desde a época passada, comete menos deslizes, mas provavelmente ainda precisa de mais algum tempo. Ainda assim já é uma boa alternativa para 3.º central. Tal como Miguel Vítor. Sempre que foi chamado correspondeu muito bem. teve a infelicidade de se lesionar num jogo em que estava muito bem (Braga) e fechou a época. Não jogou muito, mas tem um papel no Benfica e espero que se mantenha para a próxima época. Não havendo mexidas no centro da defesa, e tendo como prioridade o reforço de outras posições da equipa, não vejo necessidade de mexer no quarteto de centrais. Na lateral esquerda, precisaremos mexer. Precisamos de alguém capaz de apoiar o corredor para evitar que a equipa fique coxa no ataque (e logo mais previsível). Emerson não me parece ser uma má solução no contexto de plantel. Mas precisamos de um lateral esquerdo titular.

Na baliza, Artur esteve muitissimo bem até ao Natal, oscilou um pouco nos 2 primeiros meses do ano, mas ultimamente voltou a mostrar a mesma confiança e segurança. A colocação da bola à distância é um ponto a melhorar claramente. Não sou particularmente fã de Eduardo. Dependendo da avaliação da equipa técnica à evolução dos guarda-redes mais jovens que temos no clube (em particular Mika e Oblak) não veria necessidade de adquirir o passe de Eduardo - e assim reunir recursos para investir nas posições em que estamos carenciados.

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