sábado, 17 de março de 2012

O que ainda há para ganhar (perder) em 2012 (iii)

Fechado novo ciclo (Paços de Ferreira e Beira-Mar), desta vez plenamente vitorioso. Depois do susto de Paços de Ferreira, a tranquilidade do jogo na Luz. Vitória sem história, tirando três belos golos e um jogo em ritmo de poupança. Pragmatismo ou demonstração do estado real da equipa neste momento? Claramente parece-me a primeira opção.

O Benfica cumpriu o seu 41.º jogo oficial da época (23 jornadas da Liga; 12 jogos da Champions; 3 jogos da Taça de Portugal; 3 jogos da Taça da Liga) com um saldo de 29 vitórias, 8 empates e 4 derrotas; 87 golos marcados e 35 golos sofridos.

Temos neste momento a certeza de mais 10 jogos até final da época (7 jornadas da Liga; 2 jogos na Champions; 1 jogo na Taça da Liga) que, dependendo dos resultados deste novo ciclo intenso de jogos (Porto-Olhanense-Chelsea-Braga-Chelsea-Sporting) poderão representar a certeza de acrescentar mais 3 jogos (meias-finais da Champions; final da Taça da Liga).

Chegados a este ponto importa analisar como está o plantel em termos de utilização. Para mim, a principal causa da quebra vertiginosa do rendimento da equipa no final da temporada passada ficou a dever-se a um desgaste exagerado, derivado da falta de opções válidas para demasiadas posições, em particular nas alas e ataque. Foi demasiado evidente a quebra de rendimento de vários destes jogadores no final da temporada passada.

Importa assim analisar o plantel desta temporada nesta altura e ver se as lições de 2010-11 foram devidamente assimiladas para 2011-12.

Até ao momento, temos:

- 6 jogadores com utilização em mais de 75% do tempo da totalidade dos jogos disputados (Artur (35 jogos), Emerson (34), Luisão (32), Maxi (33), Garay (35), Witsel (39));
- 6 jogadores com utilização superior a 50% (e inferior a 75%) do tempo da totalidade dos jogos disputados (Javi (29) jogos), Cardozo (34), Bruno César (34), Nolito (40), Aimar (34), Gaitan (36));
- 4 jogadores com utilização superior a 25% (e inferior a 50%) do tempo da totalidade dos jogos disputados (Rodrigo (29 jogos), Matic (23), Saviola (24), Jardel (14));
- 9 jogadores com tempo de utilização inferior a 25% do tempo da totalidade dos jogos disputados (Nélson (14 jogos), Miguel Vítor (9), Luís Martins (3), Rúben Pinto (0), Capdevila (5), Mika (0), Eduardo (6), André Almeida (2), Yannick (2)).

Temos assim um grupo de 6+6 com uma carga significativa de utilização. O tempo de utilização indica que este é o núcleo duro do plantel ao longo da época. A estes 12, podem ser acrescentados 8 outros jogadores que podem entrar a qualquer momento na equipa (Rodrigo, Matic, Saviola, Jardel, Nélson, Miguel Vítor, Capdevila, Eduardo) e eventualmente outro, Yannick, dependendo da rapidez da adaptação à equipa. Ou seja: 20-21 jogadores (incluindo 2 guarda-redes).

Existem claramente alguns desequilíbrios na constituição do plantel, mais do que discutidos ao longo da época, principalmente nas laterais da defesa. Mas é claro que neste momento temos opções atacantes para as alas e centro do ataque para esta fase final. Nota-se aliás que este setor da equipa não está tão desgastado. Uma preocupação (além da falta de alternativa a Maxi), parece-me ser sobretudo com Witsel, dada a ausência de uma alternativa de qualidade semelhante. É nesta altura já um dos jogadores com mais tempo de utilização e será sempre um elemento fundamental para os jogos que aí vêm (em particular na Champions e nos embates com as principais equipas da Liga - Porto, Braga, Sporting, Marítimo).

Uma conclusão nesta fase parece-me ser que temos um plantel rico em número de jogadores que são efectivamente opção válida (21 jogadores em 25 do plantel - sendo que dos 4 que não serão opção válida, 1 é guarda-redes e 3 são jovens com pouca experiência e que poderão ser opção de futuro). A construção do plantel continua a ser desequilibrada, mas conseguiu-se criar opções em número, sobretudo no meio-campo de ataque e ataque. Para o futuro, a equipa B poderá representar uma boa solução para ajudar a colmatar quaisquer desequilíbrios verificados na construção do plantel ao longo da época, através da identificação de jogadores-revelação que se verifique terem capacidade para irem entrando no plantel.

A confirmação deste plantel alargado de 21 jogadores poderá ser um dos ganhos da época 2011-12.

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