terça-feira, 13 de março de 2012

Revolução ruídosa

Mais que a (desesperada) decisão de alargamento da 1.ª Liga, importa perceber as implicações da decisão de ontem sobre os direitos televisivos. Todo o ruído sobre o alargamento esconde um pouco a questão, mais estruturante, dos direitos televisivos.

Por princípio concordo com a centralização dos direitos televisivos. Porque permite maior independência dos clubes com menor capacidade de gerar receitas; porque tem o potencial para aumentar a competitividade do campeonato; porque potencia, através do aumento da competitividade e visibilidade, a atracção de melhores jogadores, melhores patrocínios, mais receitas.

Não estou certo que no "ambiente" e circunstâncias do futebol nacional seja uma boa solução. Ou melhor, que estejam reunidas condições para assegurar que todos os benefícios da centralização dos direitos televisivos serão efectivamente canalizados para as SADs/clubes e alavancar o aumento de competitividade que este mecanismo possibilita. Não estou seguro que seja um abrir de portas para o aumento de competitividade da Liga - de que este mecanismo é seguramente um dos elementos fundamentais - ou se pelo contrário será o mecanismo que permitirá consolidar uma solução (monopólio) que se tem traduzido na dependência e baixa competitividade da generalidade das SADs/clubes. Mudar o sistema ou manter o sistema. Eis a questão em volta da questão da centralização dos direitos televisivos. Uma matéria de que o Benfica não se pode alhear (mau começo a não participação no Conselho dos Presidentes que discutiu esta matéria). Uma matéria que pode determinar os próximos anos no futebol Português.

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